quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Mensagem de Natal para as Crianças de D. José Traquina


Mensagem de Natal para as Crianças

Meus amigos mais pequenos
Este ano proponho-vos que acompanhemos a vaca e o burro que fazem parte dos figurantes do Presépio, embora não sejam as figuras principais.
Consta que São José tinha um burro para transportar a Virgem Maria que estava grávida, já com uma barriguinha muito grande. A viagem de Nazaré até Belém era longa, aproximadamente 145 quilómetros, e naquele tempo não havia automóveis ou transportes públicos como agora existem. Então, as famílias tinham o seu burro que, entre outros afazeres, transportavam uma pessoa. No nosso caso, o burro transportou duas pessoas, a Virgem Maria e o Menino que estava na sua barriguinha.
Consta também que havia uma vaca no estábulo ou curral de animais que São José alugara para nascer o Menino. Vamos então ao diálogo dos dois animais e fica tudo esclarecido.

Burro - Olá vaca, fiquei assustado quando te vi, pois até me parecias um toiro bravo. Mas pela tua postura já percebi que és meiga e paciente. O que estás aqui a fazer sozinha?
Vaca  - Oh burro, mesmo agora chegaste e já me ofendeste. Então tu confundes-me com um toiro bravo? Eu sou a vaca mais meiga que o meu dono tem, por isso ele me deixou ficar aqui no curral para ajudar ao ambiente da Família que tu trouxeste.
Burro -  E como vais ajudar?
Vaca - Darei o leite que a Família precisar e com o meu bafo aqueço o ambiente. Asseguro-te que não vais ter frio.
Burro - E como é que é o teu dono? Trata-te bem ou explora-te sem cuidar de ti?
Vaca - Não me posso queixar. Não me falta com os alimentos e com a água emcuida de mudar a palha do curral todas as semanas. Aliás, basta olhares para mim e verás que não tenho mau aspeto. Estou a ver que és burro, mas és espertinho! Já começaste a querer saber da minha vida e ainda não contaste nada acerca de ti e da Família quem trouxeste. Certamente que as novidades devem estar do teu lado. Então, quem é este casal?
Burro -Ele é São José. Foi ele que me comprou já lá vão nove meses e tem-me tratado muito bem. Sou um burro feliz, fui parar a casa de um bom dono. Até dá gosto ajudar este homem. Fala pouco, mas não me falta com nada, trata-me muito bem. Ela é a Virgem Maria, está grávida com o Bebé quase a nascer e S. José estava muito preocupado porque não conseguiu acolhimento na hospedaria.
Vaca - E o teu São José o que faz na vida?
Burro - É carpinteiro, tem uma oficina e faz trabalhos com muita perfeição. E eu ajudo-o a transportar as madeiras para ele trabalhar e ajudo, também, a transportar alguns móveis, não muito grandes. É um gosto trabalhar com ele.
Vaca - A Virgem Maria é muito jovem e muito bonita. Quem é ela?
Burro -É bonita e muito elegante. Pesa pouco, apesar de grávida não custou nada a transportar.
Vaca -  Então a viagem correu bem?
Burro -Muito bem. Graças a São José, homem sábio e prudente, fizemos muitas paragens, e assim consegui chegar sem coxear nem sentir qualquer dor.
Vaca - Parecem, de facto, pessoas muito educadas, mas pobres; é estranho  que, havendo uma criança para nascer, não tenham conseguido uma casa melhor que este curral.
Burro - Não te incomodes. Eles são muito crentes. Têm Fé e rezam todos os dias. A alegria deles não está nas coisas caras, mas na sua confiança em Deus e no grande amor e respeito que têm um pelo outro.
Vaca - Vejo que és observador!
Burro - É a experiência da vida. Eu já tive outros donos e sei que não são todos iguais; nem todos se respeitam da mesma maneira.
Vaca -Escuta, Burro! Parece que estou a ouvir uns gemidos! É uma criança a chorar.
Burro -Estou a ficar preocupado. Os meus donos em trabalhos de parto e eu aqui sem poder ajudar.
Vaca - A maneira de ajudares é fazeres o que São José te indicou. Se ele te deixo aqui é para prepararmos o ambiente de receção da criança. E é o que estamos a fazer.
Burro - É verdade, mas estou tão curioso!
Vaca - Mas porquê?
Burro -Pelo que eu ouvi de São José e da Virgem Maria, a criança tem a sua  origem em Deus e terá uma missão muito especial.                        
Vaca - Olha! Ali vem São José com o Menino! Que lindo!
Burro - Que maravilha! Eu estou a ouvir cânticos!
Vaca - É verdade. São Anjos a cantar em grande harmonia: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados”.
Burro - Oh que privilégio viver este momento!
Vaca - Que privilégio e que esperança! Pois se este Menino é Aquele de que falou o Profeta Isaías então vamos ter um tempo novo em que os pobres serão atendidos e será possível a justiça e a paz no planeta Terra.
Burro - Bendito seja Deus que se manifesta tão pobrezinho neste Menino, mas através dele nos concede tanta alegria e tanta esperança.

A Vaca e o Burro continuaram a cumprir a sua missão. São figuras do presépio para indicar que toda a natureza é beneficiada com o Nascimento de Jesus. A Virgem Maria e São José, representam todos os que acreditam e são chamados a colaborar no projeto de Deus. São pobres, mas disponíveis para agradar a Deus e corresponder à sua santa vontade.

A todos vós, amigos mais pequenos, os votos de Santo Natal com a Bênção do Deus Menino.

   + José Traquina, Bispo de Santarém
                     Natal de 2018

       







Mensagem de Natal do sr. Bispo, D. José Traquina



Mensagem de Natal 2018

O Natal pede acolhimento

O ‘Acolhimento’ é uma disposição virtuosa, pensada e assumida ou então é um bom hábito adquirido em família, uma disposição cultural, um gosto de viver recebendo os outros. Existe o acolhimento como qualidade profissional, no atendimento público, mas não menos importante é o acolhimento que caracteriza uma pessoa que assim se manifesta dando lugar aos outros, escutando-os e considerando-os. Na verdade, só existe acolhimento se houver pessoas acolhedoras.
A vida humana pede acolhimento para se realizar. A nossa existência é marcada pelo acolhimento, pois na verdade se não nos tivessem acolhido à nascença não teríamos subsistido. Porém, para que uma pessoa tenha capacidade de acolher é necessário que, para isso, tenha tempo e espaço, a começar no coração. Eis aqui, as dificuldades do nosso tempo que são ‘não haver tempo’ e ser estreito ou fechado o ‘espaço’ do coração.
A Sagrada Escritura revela-nos um Deus surpreendente, vivo e santo, que vai ao encontro do homem para nele encontrar acolhimento. Abraão acolheu três homens cansados e esfomeados que passavam junto da sua tenda e descobriu que aquelas três figuras eram a presença e a Bênção de Deus (cf Gen 18,1-19). Jesus não teve, em Belém, acolhimento para nascer senão no espaço de um curral de animais (cf. Lc 2,1-7). Um dia, no monte das Oliveiras, Jesus chorou voltado para Jerusalém porque não encontrou nela acolhimento (cf. Lc 19,41-45); aquela cidade não reconheceu Aquele que lhe podia dar a paz. No último Livro da Bíblia, o Apocalipse, somos exortados a estar vigilantes para acolher Deus que se aproxima da nossa porta: “Eu estou à porta e chamo. Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo” (Ap 3,20).
Esclarece o Evangelho de S. Mateus: “Quando o Filho do Homem vier na sua glória (...) dirá aos da sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo” (Mt 25, 31-36).

O acolhimento é, assim, condição para que haja Natal. Quis Deus aparecer no mundo como criança para provocar em todos a capacidade de O acolher. Vamos celebrar o Natal em pleno Ano Missionário. Neste contexto, o desafio de tornar presente Deus no mundo, começa pela nossa capacidade de O acolhermos.
Quando nasceu Jesus em Belém, a escravatura era prática legal. Ele deu a vida para defender a dignidade de cada pessoa, mas a sua Palavra é desprezada e, por isso, não faltam no mundo ‘reinos’ de mentira, injustiça, indiferença, ódio e incapacidade de amar. Não faltam no mundo guerras, tensões e injustiças que têm como efeito, na atualidade, a existência de dezenas de milhões de pessoas em situação de escravatura e outras dezenas de milhões a viverem em campos de refugiados.
O Natal pede o acolhimento d’Aquele que nos pode dar a paz, acolhimento de uma outra proposta, uma nova luz, um outro olhar, uma nova contemplação, um novo sonho, uma nova consideração pelos nossos semelhantes. O Natal é uma oportunidade para assumir um ideal justo e positivo para a construção da vida e da sociedade.
O mundo tem necessidade da verdade e da ternura de Deus. O acolhimento do Menino de Belém dispõe-nos à renovação da vida na alegria da Fé, traduzida em acolhimento e serviço por amor. Dispõe-nos a assumir “a missão de ser Luz do mundo e Sal da terra”.

A todos os diocesanos, famílias, comunidades cristãs, movimentos de apostolado, cristãos leigos, religiosos e religiosas, seminaristas, diáconos, aos irmãos sacerdotes, com a especial responsabilidade de promover as celebrações do Natal com a maior beleza; aos irmãos doentes, idosos ou com deficiência e aos que deles cuidam em casa, nos lares ou nos hospitais, aos reclusos nos dois estabelecimentos prisionais de Torres Novas e Tomar e a todos os que habitam ou trabalham na área geográfica da Diocese, sem esquecer os que nasceram noutros países mas residem entre nós, para todos os votos de Santo Natal, com a melhor saúde, acolhimento, amor e paz.                                                                             

+ José Traquina, Bispo de Santarém

sábado, 15 de dezembro de 2018

A Dimensão Missionária da Catequese

Ora viva
Conforme o agendado decorreram durante o mês de novembro os cinco Encontros Vicarias de Catequistas. Participaram nesta atividade algumas centenas de catequistas que abordaram nu clima de partilha a temática da "Dimensão Missionária da Catequese". 
Disponibiliza-se aqui o materiais usados: